terça-feira, 9 de abril de 2024

Levante-se

As expectativas são grandes. Os sonhos são imensos. As realizações são frouxas e decepcionantes. Como continuar com sorriso no rosto e firmeza no caminhar, quando o que mais certeiro pode nos atingir são os olhos que lacrimejam e o tropeço inevitável a cada passo? 

Como fazer acontecer o "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima", se, logo em seguida, a certeza é voltar a cair? Para quê continuar nesse loop infinito de quedas e levantes, se o mais fácil é desistir e ficar onde quer que tenha ocorrido o desmonte?

Mas levantamos. Levantamos porque essa é a única opção. Levantamos porque no chão duro nada se cria. Na inércia, a vida passa e ninguém evolui. Como dizem "o processo pode ser lento, mas desistir não faz ele ser mais rápido". Viver exige movimento. É exaustivo, eu sei. A cada queda, algo se quebra. Cada queda nos pede mais compreensão e carinho em juntar as partes quebradas e ao mesmo tempo mais força e firmeza para levantar.

Junte seus pedaços. Mova-se. Você tem mais a oferecer do que imagina. Busque forças para te auxiliar na caminhada. Aceite a mão sincera estendida para te ajudar a caminhar. Volte acreditar que a cada queda, você está mais forte, mais resistente, mais perspicaz. A recompensa no final do caminho fará tudo valer a pena e pelo caminho haverá belas paisagens. Nem sempre o cenário será só o chão poeirento. Por isso: apenas levante-se e siga em frente.

Por Nathália Gomes

domingo, 11 de fevereiro de 2024

[Resenha] Carrie Soto Está de Volta - Taylor Jenkins Reid

 Olá, pessoinhas!

 📚 Como prometido, voltando com o movimento por aqui! E para iniciar os trabalhos, vamos de resenha de livro! O escolhido é Carrie Soto Está de Volta, de uma autora badalada do momento, a Taylor Jenkins Reid.

Essa retomada com resenha vai ser bem teste, tá bom? Vou tentar um pouco do antigo formato, ver o que posso incrementar e ir alterando aos poucos, até sentir que ficou num jeitinho bacana para ir tocando as resenhas. Qualquer sugestão, só deixar nos comentários!

Título: Carrie Soto Está de Volta
Autor: Taylor Jenkins Reid
Editora: Paralela
Páginas: 352
Ano de publicação: 2022
Classificação indicativa: +14
Sinopse: Neste poderoso romance sobre a busca pela perfeição, uma atleta consagrada tenta voltar ao topo mesmo quando todos acham que seus dias de glória estão no passado. Da autora dos best-sellers Os sete maridos de Evelyn Hugo, Malibu renasce e Daisy Jones and The Six.
A tenista Carrie Soto se aposentou no auge, com a tranquilidade de ter atingido um recorde imbatível: foram vinte títulos Grand Slam conquistados ao longo de sua carreira. Mas apenas cinco anos depois de seu retiro das quadras, ela assiste Nicki Chan igualar sua marca, trazendo a sensação de que seu legado está comprometido. Disposta a chegar aos seus limites, Carrie tem o apoio de seu pai, Javier, ex-tenista que a treina desde os dois anos de idade. Ele parece ter seus próprios motivos para incentivar a filha nesta última temporada que promete desafiar ambos num jogo que exige tanto física quanto mentalmente.
Em uma inesquecível história sobre segundas chances e determinação, Taylor Jenkins Reid nos cativa com uma protagonista forte como sempre e um romance emocionante como poucos.

Taylor Jenkins Reid conquistou um espaço indelével entre os bookstans por criar livros sobre celebridades. Entretanto, veja bem: celebridades estas que sequer existem, pois seus livros não passam de ficção. Mas a Taylor transmite tamanha verossimilhança e seus personagens são tão complexos e cativantes, que gostaríamos que eles fossem do mundo real. Por vezes, até esquecemos que eles não são de verdade. Eu não apenas consigo imaginar uma Evelyn Hugo como rainha do cinema por aí, um Daisy Jones & The Six fazendo sucesso musical meteórico, como também uma Carrie Soto tenista recordista e marrenta.

E é dela que vamos falar hoje: Carrie Soto. Acredito que seja uma das melhores personagens que TJR já criou. Ela tem a mesma complexidade de sentimentos e atitudes que fazem a gente amar e ao mesmo tempo nos questionarmos sobre sua personalidade, tal qual a Evelyn Hugo. A diferença aqui reside no universo: o da Evelyn era o cinema, que parecia estar sempre suscetível a acontecimentos e desastres das naturezas mais variadas possíveis. Já Carrie está na carreira esportiva, também possível de altos e baixos, mas as coisas parecem fluir sempre para os mesmos lugares: ganhar e perder.

Carrie é uma vencedora e foi criada assim. Detentora do maior recorde no tênis, seus 20 Grand Slams garantiram a Machadinha de Guerra, apelido "carinhoso" dado pela mídia, eternizar seu legado e se aposentar na certeza de ser imbatível. Se isso é o começo do livro (e a própria sinopse), onde está a complicação?

Pois bem, a complicação está na própria Carrie. Entendam: estamos falando de uma máquina de vencer. Alguém com um ego para lá de alto, que apesar de todas as outras carências humanas, como querer amar e ser amada, sua maior necessidade reside em consolidar um recorde para eternidade, algo fora de seu controle, mas que obviamente nossa mocinha não perceberá de primeira. E após anos afastada das quadras, ao ver uma destemida Nicki Chan igualando seu recorde, Carrie retorna. Apenas para defendê-lo.


E ela volta braba. Destemida. Ousada. Determinada. Focada. E muito marrenta, teimosa e complicada de se relacionar! Carrie Soto não é o que poderíamos chamar de Miss Simpatia, rs. Bem longe disso. 

Algo bastante perceptível ao decorrer da obra é como a Carrie, assim como todo ser humano, é cheia de qualidades e defeitos. E a autora não dá nenhum mole para sua protagonista. Como nossa querida tenista tem sempre os olhares do mundo a sua volta, é sempre muito fácil captarem seu talento, mas também suas vulnerabilidades, suas escorregadas. E por ser naturalmente marrenta e deliberadamente escolher essa pose desde o início de sua carreira, Carrie Soto não é a menina dos olhos da imprensa. 

E isso é que é o legal: a Taylor conseguiu explorar camadas incríveis de sua personagem. Uma Carrie que para muitos é dura como pedra, mas que ao decorrer de sua narração, que é em primeira pessoa percebemos que é vulnerável e quer viver a vida de uma campeã, mas também quer muitas outras coisas simples que outros seres humanos querem. É uma jornada de vitórias e derrotas, não apenas o esporte, mas para a própria jornada interior da Carrie enquanto pessoa.
“Talvez seja mentira que você tenha que continuar fazendo o que sempre fez. Que você deve ser capaz de traçar uma linha reta de como agiu ontem para como agirá amanhã. Você não precisa ser consistente. Você pode mudar. Só porque você quer.”
Enquanto ela enfrenta duras partidas nas quadras, seu coração também passa por temporadas deliciosamente difíceis. Seu retorno marca um novo período de amadurecimento, de se abrir para outras oportunidades e descobrir uma Carrie Soto para além da lenda do esporte. O tênis e a incansável busca por manter seu recorde é um grande foco do livro, do início ao fim, mas temos também a Carrie que se apaixona e quebra a cara, a Carrie filha que só quer agradar o pai, a Carrie que vive lutos, a Carrie que por trás de toda a fachada para uma imprensa que a pinta injustamente como alguém pior do que ela realmente é, também pode se abrir a amizades genuínas.

Outro ponto do livro que merece atenção é os demais personagens que rodeiam Carrie Soto. Seu pai, Javier Soto, provavelmente é a segunda figura mais importante do livro. É quem mais marca a vida de Carrie, pois foi quem a introduziu ao esporte, a treinou e a motivou, não apenas na primeira fase de sua carreira, mas também no seu retorno às quadras. É uma relação bela (uma das melhores que a Taylor já criou nesse universo), com altos e baixos, cumplicidade, afeto e admiração mútuas.

As rivalidades com outras tenistas também é algo deliciosamente explorado. Nossa Machadinha de Guerra, extremamente competitiva como só ela é, vê nas outras tenistas obstáculos a serem derrubados. Mas sabemos que do outro lado da rede estão outros seres humanos, que, assim como Carrie, terão qualidades, defeitos, ações e reações que influenciarão diretamente na trajetória de Carrie também. A rivalidade emblemática com Nicki Chan é uma das maiores provas disso. O desenrolar e a conclusão é tão satisfatória, que para mim é um dos pontos mais altos do livro e que mais me ganhou enquanto leitora.

Bowe Huntley, seu interesse amoroso, também merece destaque. Acertadamente, a autora deu o foco que o romance merecia na obra: nada que tirasse o holofote da premissa, mas que também não fosse um lado renegado da protagonista. A história de amor da Carrie galgou o espaço que deveria, crescendo moderadamente, no tempo certo, com complicações e resoluções. E tudo regado a tênis!

Ah, o tênis... Esse esporte que nunca cheguei a acompanhar, mas agora amo de paixão (se me perguntarem, só conheço o nosso querido Gustavo Kuerten que nunca consigo pronunciar o sobrenome). O esporte do livro ganha uma dimensão e descrição tão maravilhosa e detalhada, que a sensação é de estar nas arquibancadas ouvindo o barulho das raquetes e a emoção dos sets. A Taylor não deixa nada de fora: descreve regras, movimentos, estratégias e narra cada jogo pelos olhos da Carrie, te trazendo ali para a quadra. Dá até medo, para quem não curte o tênis ou nunca ouviu falar sobre, de cair no tédio ou se sentir perdido, mas não acontece. A emoção da narrativa deixa a gente na expectativa pelo resultado, tal qual ver um jogo esportivo de verdade. Ler esse livro sem nenhum spoiler do que vai acontecer é uma experiência sensacional.
“É preciso saber aproveitar o embalo quando está dando tudo certo e ter força para nadar contra a corrente quando a maré vira.”
É um livro sobre recomeços, segundas chances e descobrir o que verdadeiramente é ganhar ou perder, para além de um título esportivo. Tudo sob a maravilhosa escrita de uma autora que não precisa de grandes floreios narrativos, apenas de bons personagens, boas histórias e dedicação aos detalhes para convencer qualquer leitor.

Recomendado? Demais! Se você já leu os três livros anteriores a este (Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, Daisy Jones & The Six e Malibu Renasce), verá que em Carrie Soto Está de Volta, a Taylor Jenkins Reid não deixa nada a desejar.

Avaliação pessoal: ⭐⭐⭐⭐⭐

Se curtiu esta resenha, sinta-se à vontade para compartilhar com alguém interessado. Comentários também são sempre bem vindos!

Até a próxima!
Beijos e queijos! 😘

Estou voltando! (tentativa nº 578651)

 Olá a todos os old school que ainda persistem na bela arte de apreciar os agora não-tão-famosos blogs!

Estou vindo mais uma vez na tentativa de retomar as postagens neste estimado site. Pois é...

Ler esse texto ao som de Roberto Carlos - O Portão (brincadeira!! Não faça isso, rs. Ou faça, você que sabe...)

Ainda não sei bem tudo o que exatamente quero desenvolver por aqui. Nem a regularidade. Sempre que apareço do nada, uso o espaço de forma completamente aleatória (vide os últimos posts de denúncia social, poema, resenha de livro e outros recadinhos dizendo que tinha voltado e era mentira...).

Desde que criei este blog, queria que ele fosse o espaço para eu falar das coisas que mais gosto e do que mais sentisse vontade. Logo no começo, a dez anos atrás (nossa, o blog vai fazer dez anos, mané!) foi assim por um tempo. Eu falava de livros, filmes, séries, música. Se surgia um outro assunto nada a ver com estes meus hobbies, mas sentia o desejo de aproveitar o espaço, eu falava também (revisitando o blog, estes dias encontrei um post que fiz sobre o passo a passo do que fazer depois que te roubam o celular, haha! Obviamente que fiz o post no calor dos sentimentos após um assalto, rs).

E é isto que tentarei recuperar aqui. Falar das coisas que gosto ou que sinto que preciso falar, aproveitando todo o espaço e as ferramentas. Não posso prometer uma periodicidade. Na verdade, talvez nem tenha ou terei público aqui para prometer o que seja...  Mas pelo menos a mim, posso prometer tentar. Mais uma vez.

A retomada é também pela necessidade de usar esse espaço e tudo que ele dispõe. Afinal, eu não deixei de falar dos meus hobbies, deixei de falar deles aqui. Fui uma das muitas produtoras de conteúdo que com o crescimento das redes sociais, migrou totalmente sua produção. E foi bom e meio acertado em alguns aspectos. As redes sociais é onde as pessoas estão se concentrando para consumir no mundo virtual, então lá a sensação é que temos com quem falar e aqui estávamos começando a falar com as paredes.

Confira um dos motivos do meu sumiço (e de vários outros desse tipo de blogsfera): o movimento migratório. Conheça o Leituras da Nath.

A grande questão é que lá é um ambiente limitado. Principalmente quando o seu foco é criar, criar e criar. O Instagram (vamos logo falar o nome do querido, né? Todo mundo sabe que é ele) inventa várias funcionalidades, mas nunca te permitirá algumas coisas. Escrever um tanto mais é uma delas e a que mais me incomoda. É o limite da rede e quem quiser que aceite, se adeque. E tudo bem. Mas depois de um tempo falando opiniões sobre livros que nem sempre cabiam em dois mil caracteres, é que percebemos como esse tipo de formato aqui faz falta.

Principalmente por isso estou tentando voltar. Aproveitar o espaço e falar muito. Criar mais. Explorar outros assuntos, até porque no perfil do insta, nichei muito para livros. Mas também quero integrar os assuntos daqui com os de lá. Fazer resenhas maiores aqui e adaptar num formato menor para lá. Espalhar imagens e outras mídias ao decorrer do texto como minha criatividade e vontade quiser. Espero conseguir. Se não conseguir, enfim: eu tentei. Pela milésima vez, mas faz parte.

Last but not least: também preciso fazer jus a esse domínio que continuo pagando, haha.

E por enquanto é isso galerinha! Até qualquer momento, se não me der a louca e eu já não tiver mudado de ideia novamente, haha

Beijos e queijos! 😘 (continuo usando isso como marquinha final ou tá fubangagem demais? rs)

Pós-edit: obviamente, outras coisas do site estão desatualizadas também. Há informações em janelas que precisam ser corrigidas, links quebrados que levam a coisas que não existem mais e etc. Tudo vai ser ajeitado. Aos poucos. Quero até dar uma repaginada no layout, pois meio que tenho uma identidade visual, um esquema de cores (que obviamente não é esse do atual site) e quero trazer para cá. Tudo a seu tempo, amores.