Edital que acontece anualmente no município não contempla dezenas de estudantes que atendiam aos critérios para utilizar o transporte em 2022. Exclusão de rotas e má distribuição de vagas também são outras queixas.
Estudantes socorrenses se reúnem em frente ao campus da UFS em São Cristóvão na manhã desta quarta-feira, 09, para conceder entrevistas sobre a situação e cobrar esclarecimentos. |
Em
dezembro de 2021, a Universidade Federal de Sergipe anuncia retorno presencial
às atividades num modo híbrido, alternando aulas no campus e aulas remotas. O
que deveria ser felicidade pela volta à rotina universitária, para os
universitários de Nossa Senhora do Socorro mistura-se ao sentimento de apreensão:
a dúvida se o transporte estudantil voltaria a ser ofertado, suporte
indispensável para manter muitos socorrenses estudando.
A
partir de então, iniciou-se uma série de situações que só trouxeram dor de
cabeça aos estudantes. Após muito solicitar a Prefeitura do munícipio, tendo
apoio de alguns deputados, órgãos estudantis e até mesmo da própria UFS, o
edital foi lançado, porém com bastante falhas, incoerências e atraso: resultado
preliminar dia 31 de janeiro, pedido de recurso até o dia 01 de fevereiro e
resultado final no dia 07 de fevereiro. Ainda sem saber quando os ônibus de
fato começariam a rodar, isso só Deus sabe quando.
Detalhe:
as aulas na universidade começaram dia 31 de janeiro.
Se
o drama de não saber quando o ônibus começaria a rodar já não fosse o
suficiente, ainda houve mais decepção no último dia 31, pois muitos ficaram de
fora, mesmo atendendo a todos os critérios (baixa renda, ordem de inscrição e
maior idade). Gabriel Soares, estudante de Matemática na UFS diz: “eu atendi a
todos os critérios. A renda na minha casa é baixa para cinco pessoas e fiz
minha inscrição com dois minutos de processo aberto. Ainda assim não passei,
enquanto conheço outras pessoas que tem uma renda bem maior que a minha e
passaram”.
Além
da análise dúbia dos critérios de aprovação feita pela Comissão do Transporte
Estudantil, os alunos ainda precisam lidar com a exclusão de rotas. As rotas
vespertinas para a UFS destinada aos alunos residentes dos bairros Piabeta,
Marcos Freire, Albano, João Alves e arredores, simplesmente deixou de existir
no edital de 2022. A Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro, quando questionada
sobre isso, afirma em suas redes sociais ter planejado as rotas com base nas
rotas já existentes. O que ela não compreende é a mentira que comete, pois a
rota supracitada sempre existiu até o momento que a pandemia se instaurou, como
também afirma Gabriel Soares, que utilizava a rota vespertina desde 2018.
A
Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro tem se baseado num edital defasado do
ano de 2020, que também gerou diversas controvérsias, pois haviam as mesmas
problemáticas do atual. Ela conseguiu sair pela tangente desta questão naquele
ano, salva pelo gongo do início da pandemia e, consequentemente, suspensão das
aulas. Porém com a volta das aulas já ocorrendo, ela não poderá mais escapar de
cumprir com o seu dever e prestar os devidos esclarecimentos.
Para fechar com chave de ouro, temos ainda a questão da distribuição de rotas e vagas, tendo a rota 12 (linha vespertina: Fernando Collor e João Alves; destino: ESTÁCIO, UNIT, FACAR, FAMA E UNIP) uma oferta de 80 vagas, como afirma o edital. A grande (des)graça é a Comissão ter selecionado tanto no resultado preliminar, quanto no resultado final, apenas uma única pessoa. Isso mesmo. Uma rota com 80 vagas e provavelmente duas ofertas de ônibus, só tem uma pessoa, enquanto outras rotas extremamente lotadas tiveram vários estudantes de fora.
Frente
a toda esta situação, os estudantes prejudicados tem se movimentado da maneira
que podem. Se manifestando nas redes sociais da Prefeitura cobrando um posicionamento
coerente; enviando petições e solicitações para os canais ofertados pela mesma;
indo até o gabinete administrativo de Socorro e à Secretaria de Transporte do município.
Nada tem adiantado muito. Considerando que quase todas as cartas tem sido utilizadas,
agora estão recorrendo a grande mídia: aos jornais de TV e portais de notícias
online esperando que suas vozes sejam ouvidas e este drama tenha um fim para
que a partir de então todos possam estudar com a tranquilidade de seus direitos
assegurados.
Por Nathalia Gomes
Este texto é uma denúncia social advinda da frustração dos universitários socorrenses. Está amplamente permitido o seu uso parcial ou completo nos demais portais de notícia, desde que o propósito seja ajudar os universitários do município. Para mais informações, por favor entrar em contato pelo e-mail nathgomeslima@gmail.com
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